sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Novo bairro no Jóquei Clube vai causar um colapso no trânsito de Vicente Pires e região

PENSANDO somente no dinheiro que vai encher os cofres públicos da Terracap, o governador Ibaneis criou um novo bairro, com aproximadamente 16 mil unidades habitacionais, que deverá receber 55 mil habitantes e 40 mil novos veículos. Isso, sem falar, dos imóveis comerciais.

 


O NOVO bairro ocupará 272 hectares no Setor Habitacional Jóquei Clube, em frente a Vicente Pires.


PARA o lançamento desse empreendimento, o governador não levou em consideração o colapso no trânsito da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), Guará e Estrutural, que não comporta mais veículos e já transformou a vida e o dia a dia de todos que transitam no local em um caos.



ESTAMOS há mais de 15 anos sem nenhuma mudança considerável no transporte coletivo do Distrito Federal. E atualmente tudo que o governador fez foi investir até 1 bilhão por ano para manter o atual sistema de transporte por ônibus, um sistema falido, mas que ainda determina as ações de todos os governos que assumem o cargo.


NO TRANSPORTE coletivo, quem continua mandando é o dinheiro e os empresários. E quem obedece é um governador que não se preocupa em governar para atender às necessidades do povo. Esse governo não tem projetos para mudar o estado calamitoso em que se encontra o trânsito no Distrito Federal.  Ele não consegue imaginar, criar ou até mesmo copiar o que funciona em outros países.



GASTAM bilhões de reais com presentes para empresas de ônibus. Além de usar milhões da população, para alargar as vias em alguns trechos, construir outras vias que vão receber ônibus articulados, conhecidos como BRTs, e fazer viadutos gigantescos que não vão resolver em nada os problemas do trânsito. 


POR QUE manter um sistema que não funciona? Claro, o lobby dos empresários que financia campanha política e são suspeitos de bancar funcionários corruptos de órgãos do governo, como o extinto DFTrans, que ficou conhecido por cobrar propina das cooperativas de microônibus e vans.


OS CIDADÃOS que precisam se locomover todos os dias para seu trabalho, como não tem opção de transporte coletivo decente, optam por ir de carro e tem que se sujeitar a enfrentar horas em vias congestionadas, invertidas por cones e pela incompetência ou má fé do executivo de solucionar o problema.


PARA se ter uma ideia, de acordo com dados do (Departamento de Trânsito do Distrito Federal), o número de carros em circulação na capital ultrapassa a marca de 2,8 milhões, enquanto nos últimos 20 anos, nem um metro de trilho foi construído para o metrô. Vale lembrar aqui que é comum o metrô estar com problemas e em greve.


VLT. Seria a solução?


O Secretário de Transportes, os diretores e técnicos da SEMOB, bem como DER necessitam inovar para um novo modelo de gestão eficiente, de forma a abandonar a prática de governos passados que sempre foi a de dar jeitinho QUE NUNCA FUNCIONOU no trânsito do DF e finalmente realizar as obras viárias estruturantes que de fato  atendam às necessidades da sociedade. 


VLT: A SOLUÇÃO


VLT: Já que o governador gosta muito de viajar, seria interessante ele visitar Strasburgo na França e conhecer a solução verdadeira para resolver o problema caótico do trânsito no Distrito Federal. Strasburgo é uma cidade com mais de 500 anos e lá os trens (VLT), andam nas ruas nas mesmas faixas dos carros, param nas faixas de pedestres, andam em ruas normais e até nas mais estreitas, sem túneis ou obras caríssimas.  A sigla VLT, Veículo Leve Sobre Trilhos, ou seja, sistemas de bondes, só que modernos e com mais vagões, ou carros. No meio técnico é usual chamar cada sessão do VLT de carro. Para explicar melhor, são iguais aos trens utilizados no metrô, só que melhores, mais confortáveis, maiores e mais econômicos. 



JÁ BRT, significa Bus Rapid Transit – São corredores de ônibus, com trambolhos articulados que não funcionam mais para resolver o problema caótico do trânsito no DF.


INICIALMENTE o custo de implantação do BRT é um pouco mais barato que o VLT, já que é necessária a instalação dos trilhos, necessários para a operação dos bondes modernos.

Mas, apesar do custo de implantação de um VLT ser inicialmente maior, a longo prazo, os gastos da operação podem ser menores. A vida útil de um ônibus a diesel é, em média, de sete a dez anos e a do VLT, superior a 30 anos.


A SOLUÇÃO viável seria implantação dos trilhos nas faixas exclusivas da EPTG até o Eixo Monumental, na EPVP, Via Estrutural, Pistão Sul e Norte, Eixo norte e sul, enfim, em todas as vias do DF, inclusive passando nas principais avenidas de todas as cidades satélites. Imaginem a facilidade para todos com um VLT passando através da faixa esquerda do Eixo monumental, entrando na Rodoviária de Brasília, descendo até a via em frente ao Congresso Nacional e retornando do outro lado. E outros cruzando a W3 e os eixos Norte e Sul, seguindo até Taguatinga, Ceilândia, Santa Maria, Gama, Sobradinho, Planaltina. Enfim, o problema estaria resolvido. 




LAMENTAVELMENTE, os governadores do passado fingiram não enxergar o problema e continuaram a beneficiar os empresários dos ônibus ultrapassados que já não atendem às necessidades do DF. Além disso, beneficiam também aos empresários da construção com a criação de novos bairros e inserção de novos moradores em um trânsito que já não comporta os carros existente. Mas o governo atual, tem um ponto de vista diferente, além de manter as empresas que utilizam os meios de transportes convencionais, ultrapassados e inoperantes, ainda os beneficiou com um bilhão por ano, sem falar nos benefícios para as construtoras dos amigos, com a criação de túneis, viadutos, alargamentos de vias que em nada irá mudar o caótico sistema viário e para piorar, ainda cria novos bairros como o Jóquei. Notou que ninguém que utiliza o transporte público ou utiliza o carro foram beneficiados?


POR ISSO que estamos elaborando mais uma ação civil pública para tentar paralisar a criação do Jóquei Clube que além de grande dano ambiental, ainda irá piorar o trânsito que já não funciona a contento.



Gilberto Camargos




4 comentários:

  1. Olá, Gilberto, acho que a criação da cidade Jóquei Clube não vai impactar tanto Vicente Pires e as demais cidades atendidas pela EPTG e Estrutural porque o tráfego para a nova cidade entrará bem antes desta região, pelo SIA, vindo da EPIA Sul etc., não acha?

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    1. claro que vai impactar, pois mesmo entrando e saindo pelo Sia e Epia, todo o fluxo em algum momento tem que cair na EPTG e Estrutural, não existe meio termo
      Mas o governo pode resolver criando o VLT

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  2. Excelente reportagem Gilberto. Também acho que só vai piorar o trânsito.

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