domingo, 4 de agosto de 2019

Até quando vão se promover com o caos que está por vir?

 É assim que se sente pedestres e cadeirantes de Vicente Pires com as novas obras...


O absurdo é tamanho que  mudam até o curso das ruas para desviar de puxadinhos ilegais...

Nosso povo está se perguntando por que as obras de Vicente Pires não deslancham e só se vê ruas lamacentas, poeirentas, comerciantes fechando as portas e pessoas adoecendo. Por todos os bairros do SHVP a reclamação é geral, porque a expectativa em relação aos benefícios da obra infelizmente está frustrada. Pequenas ruas internas de condomínios e até vias públicas inteiras convivem com poeira e lama, sendo que tudo poderia ser diferente. 

O que muitos não imaginam é que, por trás de tanta lentidão, na maior parte é por falta de gestão. Empresas executoras fazem o que bem entendem, os contratos são omissos e não preveem determinados serviços e insumos; não se cumpre eficazmente o chamado fluxo executivo-financeiro e decisões equivocadas, tanto técnicas como políticas, dão o norte da obra.

Se já não bastasse tudo isso, estão sendo feitas alterações de impacto no projeto e na execução, que com certeza vão comprometer o futuro de Vicente Pires, com reflexos negativos perigosos para o contexto da mobilidade urbana interna e regional. Quais seriam tais intervenções? Ruas que seriam duplicadas estão sendo alargadas, mas passarão a ser ruas simples. Como assim? As ruas estão sendo alargadas para 4 vias, porém não possuem estacionamentos e calçada acessíveis. Ao invés disso, estão fazendo a calçada ao lado da rua e deixando um espaço que seria o estacionamento ao lado dos imóveis. Assim, os veículos param por cima da calçada e ocupam uma das vias, ficando a rua sem acessibilidade e sem estacionamento legal.

Ninguém fala com clareza sobre as pontes de ligação internas e Viadutos da Via Estrutural, tudo é apenas promoção em cima do que a população, cega de tanta poeira, busca desesperadamente: o asfalto. Isso mesmo, todos estão neste momento buscando e sonhando com o asfalto que nem conseguem ver o nó na mobilidade e na acessibilidade de amanhã. Já os “gestores”, estes estão usando esse sonho advindo do desespero para se promoverem, mostrando que o asfalto chegou. Batem tanto nessa tecla com fotos e vídeos nas redes sociais que conseguem cegar a população quanto ao que poucos enxergam.

A Associação de Moradores de Vicente Pires e Região (AMOVIPE), da qual sou presidente, até vêm tentando mediar a questão, com propostas e alternativas que se contrapõem às que estão sendo tomadas. Contudo, ninguém da Secretaria de Obras ou do Governo nos dá ouvidos. A Associação até pediu reuniões com o Secretário de Obras, mas todos desse governo só dão atenção para as velhas raposas que nadam de braçadas no GDF, por apoiarem incondicionalmente tudo que o governo faz. Isso sem falar que estão tentando moldar novas lideranças na cidade, como se líder fosse feito...

Apoiados por supostas lideranças e pelas raposas velhas, estão sempre trazendo deputados e outros políticos para andarem pelas obras, como se fizessem parte delas e tivessem contribuído para que acontecessem, porém estão apenas se promovendo, pois daquilo que eram as obras nos projetos originais à transfiguração que se transformaram, ninguém fala ou faz nada, apenas se aproveita da falta de conhecimento da população. Enganação promotiva!  

O Governo não deixa quem representa seriamente os moradores participar das tomadas de decisão, por questões políticas. O representante sério incomoda muito porque exige o que é certo e o melhor para a população, colocando o dedo na ferida. É um contrassenso a Secretaria de Obras agir desta forma, pois nós, representantes comprometidos com a cidade, vivenciamos diariamente seus problemas, portanto, enxergamos melhor os caminhos para soluções.

Se tudo continuar como está, com conflitos e equívocos nos projetos e na execução, não existe alternativa que não seja buscar a intervenção de órgãos de controle nas atuais obras. O Ministério Público, o Tribunal de Contas e a própria justiça necessitam defender o futuro da região. Os projetos originais precisam ser obedecidos e, se necessitam de alterações, elas devem ser feitas para aprimorar, jamais para prejudicar.

Embora tenha conseguido autorização para ingressar na justiça por meio de consultas públicas nas redes sociais, a AMOVIPE não o fez ainda porque sabe que as obras podem ser paralisadas temporariamente. A entidade não quer embarreirar as obras ou as paralisar. Mas, diante dos iminentes prejuízos futuros e da inflexibilidade da Secretaria de Obras para aprimorar os projetos, não estamos tendo alternativas. Até o fechamento desta edição, uma nova tentativa de reunião estava sendo tentada. 

Queremos lembrar que o governador Ibaneis Rocha prometeu arrumar a cidade da forma correta, fazer as obras de acordo com a legalidade e que atendam a todos sem prejudicar o futuro da cidade, dos comerciantes e dos cidadãos em geral, principalmente os pedestres e os que têm dificuldades de locomoção, mas na realidade não é isso que está acontecendo.

Apesar dos apelos da população e da AMOVIPE, as obras estão sendo tocadas “nas coxas”, nada diferente dos projetos deturpados do governo anterior. Este governo finge que escuta, mas não faz as alterações devidas e não considera nossas opiniões, mesmo sendo legítimos representantes da população.

A população, por meio da AMOVIPE, não pediu nenhuma modificação que não estivesse de acordo com as leis e não fosse relevante. As solicitações foram importantíssimas e seu não atendimento fará a diferença na cidade. Teremos sérios problemas de mobilidade, sem falar que a acessibilidade, que hoje é quase zero, tende a ser ignorada.

Ao invés de um cronograma de falácias, queremos transparência sobre o que vai acontecer. Mesmo estando deturpadas nos projetos originais, clamamos que as frentes de obras em andamento sejam concluídas antes das próximas chuvas, pois cada dia que passa é um dia a menos para se avançar e se evitar o sofrimento recorrente de nossa população.


Acredito que se o Atual administrador Daniel de Castro fosse o gestor das obras, faria o correto, mas como é a secretária, não tem forças para impor o que é certo, mas tem lutado para isso. Por isso eu digo que ele deveria assumir como deputado...

Gilberto Camargos

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